sábado, 28 de maio de 2011

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Gravidez Ectópica

Olá, pessoal,
O texto de hoje é de uma convidada: Raquel Melo (cunhada e amiga querida da Tati), que há cerca de 1 ano e meio sofeu um aborto por conta de uma gravidez ectópica e, hoje, espera confiante e ansiosamente o seu milagre.
Obrigada, Raquel, por contar a sua história em nosso blog. Certamente será de grande valia para a blogosfera materna. Estamos torcendo para que o seu abençoado positivo chegue rapidinho! E aí você terá uma linda e nova história para compartilhar conosco!
Um beijo,
As mamães!

Bom, nunca pensei que fosse escrever sobre esse pedacinho da minha vida, e muito menos divulgá-lo em um blog para acesso de todos. Mas, como minha querida amiga e cunhada pensou em mim, pensei que seria um momento legal para participar de algo tão sério, tão gostoso, tão responsável e principalmente para trazer assuntos tão importantes para as mamãezonas de plantão e para aquelas que sonham ser mães.

A minha pequena jornada de ser mamãe durou pouquinho, bem pouquinho mesmo. Tudo aconteceu em dezembro de 2009. Casei-me em maio de 2009, e a vontade do meu marido era ter um filhinho(a) logo após o casório. Ele é doido por crianças e não tinha outro sonho a não ser o de ser papai bem rápido. Foi quando, então, passados alguns meses de casório, aconteceu: O Positivo! O mais engraçado é que um belo dia eu acordei e, sem contar pra ninguém, absolutamente ninguém (nem pro marido), eu resolvi fazer um teste de farmácia, e lá fui eu (rsrsrsrs). Essa parte é realmente engraçada, pois eu já havia feito teste outras vezes, então na minha cabeça também era talvez apenas mais um, mas não é que não foi? Estavam lá as duas marquinhas vermelhas. Foi o tempo apenas de tocar no líquido, foi muitoooo rápido, fiquei até pensando se tinha dado certo mesmo. Mesmo assim, resolvi então fazer de novo. Vai que eu estava variando... (rsrsrsrs). Contudo, no dia seguinte, estavam lá as duas marquinhas, pra não ter mais nenhuma dúvida. 

Mas, com medo de estar mais uma vez equivocada, claro que no outro dia, sozinha, mais uma vez sem ninguém saber, lá fui eu ao laboratório fazer o tal exame de sangue. E no dia em que saiu o resultado, fiquei apreensiva, com um medinho, mais fui lá, firme e forte, e o resultado? POSITIVOOO!!! 

É agora não tinha mais jeito, tinha de contar pro mundo todo. Não sabia se ria ou chorava. Mas contar pra quem se eu estava sozinha? rsrsrs - "Não. Melhor não. Acho que é tão cedo, que é melhor contar somente para quem é muito pertinho da gente (marido, pai, mãe, irmãos)". E bem que eu tinha razão. Não sei explicar e nem descrever pra ninguém o meu sentimento nessas 2 semanas, pois recebi os parabéns das pessoas para as quais contei, meu marido ficou estático, entusiasmado, feliz. E eu... um pouco estranha. Ficava querendo saber se era de verdade, um pouco sem entender... E o que eu mais desejava de verdade era ir a um médico pra poder ver mesmo o que o exame detectou. Acontece que pra isso eu teria de marcar uma consulta pra começar todos os preparativos dessa nova história.

Porém, infelizmente, 2 semanas após a descoberta de uma nova história, ela teve de ser interrompida. 

Acordei, como todos os dias, às 06h, fiz o que tinha de fazer e esperei minha cunhada e meu irmão para ir trabalhar. Nesse tempo em que fiquei na espera, senti uma dorzinha de cólica, porém não era uma dorzinha normal, era algo diferente. Fiquei deitadinha na minha cama e contei para o meu marido, que apenas disse que deveria ser uma cólica intestinal, de algo que eu deveria ter comido. Porém também sabia que não era. Meu coração dizia que algo de estranho estava acontecendo; sentia que no fundo eu não estava mesmo era passando bem. E foi exatamente o que pensei.

Quando minha cunhada e meu irmão chegaram, eu não tive condições de ir. A dorzinha tinha se transformado em uma dorzão, mas uma dor tão grande e tão insuportável que parecia que não cabia dentro de mim. E a única coisa que eu sabia fazer era chorar, chorar e chorar muitoooo. 

Correram comigo pro hospital e rapidamente fui atendida pela minha médica. Ela logo pediu um ultrassom, e somente pelos cuidados que as pessoas estavam tendo comigo, de não poder nem ficar sentada, somente deitada, já percebi que era preocupante. 

Bom, na sala de ultrassom, o médico falou, falou e não entendi quase nada. Usou uns nomes que jamais tinha escutado, mas óbvio que era totalmente entendido que o nome “gravidez ectópica” era perda do neném. Acho que pior que perda. Eu tinha que retirar aquele mini embriãozinho que mal tinha se ajeitado dentro de mim... e junto dele uma das minhas trompas, onde ele estava alojado. 

Fazer o que, né? Deus sabe o que faz e com toda certeza é porque aquele não era o momento de me tornar Mamãe. Fiz uma cirurgia às pressas, mas de muito sucesso. Pra quem não sabe, vale à pena aprender um pouquinho de algo que era tão distante da minha vida e que só aprendi quando passei pela situação. O que é gravidez ectópica? http://brasil.babycenter.com/pregnancy/perdas/ectopica/

Bom, só pra finalizar, é muito triste perder alguém que fará parte da sua história, porém foi tão rápido, tudo tão louco, que não deu tempo pra sentir a dor da perda. Talvez hoje eu sofra mais, por pensar que poderia estar com um nenenzinho de quase 1 ano e meio já. Mas tenho esperanças e fé de que o que é meu está guardado. E logo chegará para fazer parte dessa minha linda família e história de vida.

Raquel Barcelos e Melo Daves



4 comentários:

  1. Oi Raquel,
    obrigada por compartilhar com a gente um pouco da sua vida e da dor que passou. Antes do meu Frederico chegar, eu tive duas perdas também, não o mesmo caso que vc, mas também foram perdas, e eu sei o quanto dói.
    Mas o tempo é o Senhor de tudo, e, aos poucos, a gente consegue superar e seguir em frente. Deus sabe o que faz e sabe também o momento certo de nos abençoar com o que mais desejamos.
    Estou torcendo por você, para que tudo dê certo daqui pra frente e realize esse sonho lindo de ser mãe.

    Beijos!!!

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  2. Raquel, nós agradecemos muito que vc tenha dividido sua historia com a gente, e saiba q ela fara com q muitas mãezinhas se sintam confortadas por passarem por situação parecida!!! bjsss

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  3. Faço minhas as palavras da Carol, mto obrigada, isso serve de conforto pros corações de quem já passou por essa perda, mas fé em Deus pq Ele as vezes esvazia nossas mãos para receber uma benção maior ainda quando estejamos preparados e for da vontade Dele!
    beeijos

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  4. Que bom que vc conseguiu quebrar a barreira do silêncio e compartilhou sua história conosco. Tenho certeza de que enquanto escrevia, revivia e elaborava melhor em sua mente tal acontecimento. Isso traz alívio... Requer coragem, obrigada!

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