quinta-feira, 2 de junho de 2011

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Sobre o Refluxo

Quem não se assusta vendo seu bebê “colocando o leite para fora” pela boquinha e até mesmo pelo narizinho? Essa regurgitação nada mais é do que o refluxo. Mas por que acontece o refluxo?

Os bebês nascem com o sistema digestivo ainda imaturo e isso significa que se não forem tomados alguns cuidados na hora da mamada, o pequenino estômago não suporta o leite excedente, o que os fazem golfar. Tudo normal, isso acontece porque o bebê tem um menor tônus do esfíncter, a válvula que é uma espécie de porta entre o esôfago e o estômago. Aos poucos, conforme o bebê vai crescendo, o esfíncter adquire sua pressão normal e os sintomas desaparecem. E esse "golfar" se trata de um refluxo fisiológico. Nada preocupante se não interferir no desenvolvimento do bebê.

Mas há também o refluxo patológico, aquele que o bebê fica muito irritado, não dorme direito, não mama direito e pode chegar a chorar por horas ininterruptamente. Pode interferir no ganho de peso também comprometendo seu desenvolvimento.

Mas e aí, como cuidar? Nem preciso mencionar que é fundamental a mamãe ser assistida sempre por um bom pediatra, e além disso, os cuidados básicos com os bebês na hora da mamada são:
Coloque o bebê inclinado na hora de amamentá-lo, de preferência num ângulo igual ou superior a 45 graus (aqui em casa eu amamento com minha filha sentada de frente para mim). Depois da mamada o conserve em pé no seu colo sem pressionar a barriguinha por pelo menos 30 minutos. O ideal é que arrote, mas nem sempre os bebês arrotam. Quando for colocá-lo em algum lugar depois, no carrinho, por exemplo, o ângulo de preferência deve ser de até 60 graus (isso vale para bebês que não são mais recém-nascidos, lógico). No berço é interessante que se coloque um travesseiro antirefluxo embaixo do colchão ou até mesmo um travesseiro comum, apenas para elevar o tronco sem que a barriga seja pressionada. As mamadas podem ser menos espaçadas para que o bebê não ingira uma grande quantidade de leite por vez, lembrando que depois da amamentação, nada de balançar o bebê.

E na hora da troca de fraldas? Primeiramente, mesmo que o bebê suje a fralda logo após a mamada, nem pensar em trocá-lo com pelo menos 30 minutos de intervalo. Depois disso, embaixo da cabecinha do bebê coloque um travesseirinho, (daqueles antisufocamento mesmo) para que na troca de fralda a cabeça esteja mais elevada e tentar trocá-lo de ladinho, sim, com muito jeitinho é possível trocar sem fazer pressão contra a barriguinha. Ainda falando das fraldas, vale lembrar de prestar atenção se a fralda não está muito apertada na barriga do seu bebê, de preferência uma folga de dois dedos. Na maioria das vezes isso é suficiente para diminuir bastante o refluxo, pois em 90% dos casos o problema desaparece até um ano de idade.

Bom, caso o refluxo seja patológico, além de todos esses cuidados a serem tomados é importante que a mãe faça uma pesquisa para saber se o bebê não tem intolerância à proteína do leite. Daí é necessário que a mãe corte o leite e seus derivados do cardápio para que não passe para o bebê através do seu próprio leite. O pediatra indica uma medicação que associada a esses cuidados podem render bons resultados.

O importante é não desistir de amamentar, pois o melhor leite que o seu bebê pode receber é o seu! No final verá que todos esses cuidados valerão à pena, pois são para o bem do seu maior bem. ;-)


Um comentário:

  1. Muito importante o post, Cy! Graças a Deus o Miguel não teve problemas com refluxo, mas imagino o quanto deve ser doloroso para uma mamãe ver seu bebê sofrendo com isso. Seu texto foi muito esclarecedor. Beijosss

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